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Feriado Municipal do Cadaval atribuiu condecorações e entregou prémio literário

Feriado Municipal do Cadaval atribuiu condecorações e entregou prémio literário

O Município do Cadaval assinalou os 119 anos da Restauração do Concelho – Feriado Municipal, com dois dias de atividades de âmbito cultural e desportivo, com realce para a Cerimónia de Atribuição de Condecorações do Município e para a Entrega do Prémio Literário “Fernanda Botelho”, o qual reuniu perto de 400 participantes, de dentro e fora do país.

A Atribuição de Condecorações do Município, no dia 13, foi o ponto alto das comemorações do Feriado Municipal do Cadaval, que contou com atuação e suporte musical da Banda Filarmónica 1.º Dezembro de Pragança. Englobou ainda a presença de condecorados, e respetivos convidados, autarcas e ex-autarcas, representantes institucionais, bem como a presença do deputado da Assembleia da República, Duarte Pacheco.

 

Na abertura da iniciativa, José Bernardo Nunes, presidente da Câmara Municipal do Cadaval, descreveu a cerimónia como «um momento carregado de simbolismo, em que o Município atribui condecorações àqueles que, entre nós, se distinguem, nomeadamente pelo seu contributo individual e coletivo para a promoção e desenvolvimento do concelho do Cadaval, ou que, pela ação ou percurso, se tenham notabilizado, constituindo exemplo para a comunidade».

 

De referir, neste âmbito, que a escolha dos agraciados decorreu da apreciação efetuada por um conselho consultivo constituído para o efeito, segundo regras regulamentadas.

 

A Medalha de Mérito Municipal recaiu, desta feita, sobre as seguintes entidades individuais e coletivas: Aristides Lourenço Sécio, Diogo José Brochado de Abreu, Adega Cooperativa do Cadaval, Adega Cooperativa da Vermelha, Cooperativa Agrícola dos Fruticultores do Cadaval, FRUTUS – Estação Fruteira de Montejunto, Central de Frutas do Painho, Agrupamento de Escuteiros de Alguber e Agrupamento de Escuteiros do Vilar.

 

Por Mérito Desportivo Municipal, foram distinguidos Armindo Florêncio Pereira (“Pé-curto”), Micael Duarte Isidoro e Duarte Carlos Gama Baltazar, enquanto Cláudia Alexandra dos Santos Duarte Picado foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural “Duquesa de Cadaval”.

 

Na ocasião, o presidente de Câmara destacou, também, o tradicional convívio realizado anualmente por ocasião do aniversário da Restauração do Concelho, e que este ano atingiu a 50ª edição, reunindo, no pavilhão dos bombeiros, a 14 de janeiro, cerca de 270 participantes, de dentro e fora do concelho.

 

Prémio Literário reuniu perto de 400 contos

 

Outro ponto a evidenciar do cartaz do Feriado Municipal tratou-se da Cerimónia de Entrega do Prémio Literário “Fernanda Botelho”, a qual teve lugar na Biblioteca Municipal, a 14 de janeiro.

 

Na cerimónia de entrega do prémio, José Bernardo, presidente do Município, realçou o sucesso alcançado pela parceria da Biblioteca Municipal com a Associação Gritos da Minha Dança, detentora da memória da escritora Fernanda Botelho. Uma tarefa que o autarca apelidou de «árdua» para o júri, e que, dada a elevada participação, obrigou a alterar a data inicialmente prevista para a entrega, que era 1 de dezembro, dia do aniversário da malograda escritora.

 

A iniciativa incluiu um interlúdio musical pela violinista Reyes Gallardo, bem como a presença de organizadores, jurados e premiados perante uma plateia lotada.

 

Recorde-se que, desta primeira edição do prémio literário cadavalense, resultaram perto de 400 contos participantes, de dentro e fora do país, tendo o júri apurado um vencedor e uma menção honrosa.

 

Do júri fizeram parte Daniel Sampaio, reconhecido psiquiatra e amigo da família da escritora homenageada, Inês Fonseca Santos, jornalista, João Paulo Cotrim, diretor da Editora Abysmo, Fernanda Branco, professora aposentada e estudiosa da obra de Fernanda Botelho, e Isabel Pereira, docente também reformada e escritora cadavalense.

 

A atribuição do Prémio Literário Fernanda Botelho recaiu sobre o conto “A Câmara Lenta da Morte”, de autoria de Antero Barbosa Pinto (Porto), sob o pseudónimo Daniel Botelho, contemplado com o valor pecuniário de 1500 euros, atribuído pela Câmara Municipal.

 

A fundamentar o seu veredito, o júri destaca o «caráter inovador da sua estrutura, pela destreza da linguagem, pela riqueza imagética». O conto vencedor apresenta ainda, no entendimento do corpo de jurados, «uma organização incomum do discurso fragmentado, com o qual só é possível compor um quadro difuso e traçar contornos, igualmente vagos, das personagens, solicitando um sério investimento de leitura.»

 

Para Antero Barbosa, 60 anos, dirigente de instituição superior, formado em Estudos Portugueses, «a importância do prémio releva, em duas vertentes, o reconhecimento de algum talento e a certeza da continuidade da escrita», autointitulando-se como um concorrente «compulsivo», com outros prémios já ganhos.

 

O júri atribuiu, ainda, uma menção honrosa a Sofia Pinto da Silva, 46 anos, com o conto “O Pão de Anouk”, também ela residente no Porto. Para a docente de 3.º ciclo, formada em Belas Artes – Pintura, a menção honrosa representou «uma espécie de prova dos nove». «Foi a confirmação de que aquilo que escrevi tinha algum valor», acrescenta referindo, no entanto, já ter vencido um concurso literário, em 2013.

 

A iniciativa terminou com uma visita à Casa-museu Fernanda Botelho, na localidade da Vermelha (Cadaval), onde a escritora que lhe dá nome viveu parte da sua vida. A visita incluiu evocação da escritora, a cargo de Paula Mourão e Maria Casquinha.

 

Ainda na localidade da Vermelha, decorreu, mais precisamente na sede da Junta de Freguesia, a Inauguração da Galeria dos Presidentes de Junta de Freguesia da Vermelha eleitos após o 25 de Abril de 1974, a saber: José Pereira (mandatos 1975-80 e 1980-83), Fernando Santos (mandatos 1983-86, 1994-98, 1998-2002 e 2002-2005), Manuel Santos (1986-90), Luís do Carmo (1990-94) e Fátima Paz (2006-09 e 2010-2013).

 

Cadaval antigo em exposição de rua

 

O programa do 119.º Aniversário da Restauração do Concelho incluiu também, no arranque do dia 13, o solene Hastear da Bandeira, perante a atuação da fanfarra dos bombeiros locais. Decorreu, em seguida, uma Prova de Atletismo (nos escalões petizes, traquinas, benjamins e infantis), que se desenrolou na vertente de corta-mato, no Parque de Lazer da vila, tendo envolvido cerca de uma centena de crianças.

 

O cartaz englobou, igualmente, a abertura oficial da Exposição de Rua “Cadaval Antigo”. A mostra, patente durante o mês de janeiro, foi dinamizada pelo Museu Municipal com apoio da Junta de Freguesia do Cadaval e Pero Moniz bem como de concidadãos que gentilmente cederam fotografias. Num trajeto predefinido, com ponto inicial na Praça da República, os visitantes poderão apreciar uma diversidade de fotografias antigas, expostas nos locais onde outrora foram tiradas, podendo, assim, comparar evolução e mudanças sofridas ao longo dos tempos.

 

Decorreu, posteriormente, a Eucaristia pelos Beneméritos do Concelho, na Igreja Matriz do Cadaval e, ao fim da tarde, realizou-se a Atribuição do nome “Valentina de Abreu” ao auditório da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Cadaval. A cerimónia, que teve lugar no próprio auditório, homenageou, deste modo, uma figura proeminente na atividade cultural e social da associação de bombeiros e do próprio Concelho.

 

A iniciativa contemplou sessão solene, visionamento de vídeo de homenagem e ainda rábulas a cargo do Grupo Gente Gira, companhia de teatro local.

 

16 Janeiro 2017